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Governo planeja facilitar uso de garantias


Há pouco mais de 12 anos, explodiu a crise norte americana – que tomou dimensão mundial - das hipotecas “subprime”, também chamadas de “hipotecas podres”, que foram concedidas a juros altos e a pessoas físicas com elevado risco de crédito. A crise dos “subprime” se provou a maior depressão desde a Segunda Guerra Mundial. A raiz do problema era que os bancos eram titulares de créditos oferecidos a pessoas que apresentavam renda incompatível com as prestações, passado recente de inadimplência, falta de documentação adequada, ou mesmo a devedores sem patrimônio, trabalho ou renda. Enquanto o mercado habitacional crescia irracionalmente, parecia tratar-se de um negócio rentável. Familiar esse cenário? Pois é. Agora, no auge da euforia pela retomada do crescimento do setor imobiliário, o governo brasileiro estuda adotar as mesmas medidas que os americanos adotaram para facilitar o uso de garantias em operações de crédito. O risco é que, com a concessão desenfreada de créditos imobiliários, incentivada pelo governo, assim como por falhas na regulação do sistema financeiro, possa ser gerada uma deturpação do real valor dos ativos, assim como da sua efetiva liquidez. Some-se a isso a manutenção de juros reduzidos, como forma de estimular a economia, ainda em ritmo de recuperação da última crise política/financeira. A garantia de que uma “bolha” parecida com a de 2008 dificilmente aconteceria no Brasil era justamente em razão da nossa regulamentação sobre o sistema de garantias imobiliárias. Por essa razão, devemos acompanhar de perto e com bastante cuidado quais serão as medidas que serão propostas pelo governo, para que os efeitos almejados efetivamente se concretizem.

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